Castro, América e etanol
"Da qualidade do papel à ideologia impressa nas páginas, tudo parece dividir o Granma, jornal do PC Cubano, e a Foreign Affairs, revista de debate da diplomacia americana. Mas, nos últimos dias, um artigo de denúncia do etanol assinado por Fidel Castro no Granma, e que pareceu irritar mais o brasileiro Lula da Silva que George W. Bush, ganhou credibilidade inesperada com a publicação na edição de Maio da Foreign Affairs de um estudo sobre os riscos de usar cereais para a produção de combustível. Em ambos os casos, alerta para a hipótese de uma catástrofe alimentar".
(...) o artigo da Foreign Affairs quase repete Castro no número de possíveis afectados pela produção do etanol: 2,7 mil milhões de pessoas, mais que a população da China e da Índia somadas. E se a palavra "genocídio" não é usada pelos economistas C. Ford Runge e Benjamin Senauer, as suas palavras são mesmo assim alarmantes. A aposta no etanol por parte dos Estados Unidos pode ter "consequências devastadoras para a pobreza e a segurança alimentar mundiais", escrevem os professores da Universidade do Minnesota. E explicam que "encher um depósito de um 4x4 com 94,5 litros de etanol puro necessita de cerca de 204 quilos de milho, o suficiente em calorias para alimentar uma pessoa durante um ano". Runge e Senauer acrescentam ainda que, se a cotação em alta do petróleo persistir, a procura do etanol vai fazer subir os preços do milho em 20% até 2010 e 40% até 2020, arrastando também os preços de cereais como o trigo e o arroz. Os afectados seriam os 2,7 milhões de habitantes do planeta que vivem com menos de dois dólares (1,6 euros) por dia"
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