"Fidel Biografia a duas Vozes" o livro de Ignacio Ramonet
O Meu Livro Dirige-se Às Novas Gerações
“O meu livro dirige-se às novas gerações que não tiveram acesso ao pensamento, à obra de Fidel Castro e que têm dificuldade em conhecê-los devido à muralha de mentiras, de calúnias e de críticas sistemáticas respeitantes à Revolução Cubana, particularmente na Europa”, afirmou o jornalista Ignacio Ramonet, no decurso de um encontro com a imprensa em Havana, 6ª feira, 19 de Maio.
O enorme volume apresentado em Cuba há alguns dias com o título “Cien Horas com Fidel” {Cem Horas com Fidel} já é um fulgurante sucesso de livraria em Espanha, onde a Mondadori {colecção Debate} o publicou sob o título “Fidel Castro, Biografia a Dos Vocês”. Uma primeira edição de 12.000 exemplares está esgotada e uma reedição está em curso. “Em Espanha, alguns leitores disseram-me que não faziam ideia do que pensava Fidel Castro, porque os media espanhóis falavam dele frequentemente, mas nunca lhe davam a palavra”, contou Ramonet.
O autor, director do Monde Diplomatique, o respeitável jornal mensal publicado em Paris, de indole social democrata, faz notar como “um dos perigos para um profissional que entreviste Fidel é o de se deixar fascinar pela personagem. Ele tem uma personalidade fascinante para um jornalista da minha geração”, confessa. “É uma testemunha, um actor e um protagonista de factos históricos tão consideráveis que evidentemente há, ou pode haver, uma espécie de fascínio”. Consciente deste perigo, dirigiu-se a vários dos seus amigos---alguns personalidades muito conhecidas citadas no livro--- “e perguntei-lhes, se tivessem oportunidade de falar com Fidel Castro, quais seriam as questões indispensáveis que lhe colocariam. O meu compromisso moral foi colocá-las no livro…e elas lá estão!”
Acusado por uma certa imprensa madrilena--- e de Miami --- de ter retomado citações de discursos, em certas páginas da obra, Ramonet explica que sempre o fez respondendo a indicações do próprio Fidel, que julgava ter esclarecido o seu pensamento desta forma sobre certas questões. O autor do livro ironizou sobre a proveniência de tais críticas, assinalando que há pessoas que sustentam que ele nunca fez a entrevista e que “as fotografias de Fidel com Ramonet são montagens”. Contou que uma outra personagem da fauna espanhola, Arcádio Espada, chegou a escrever no seu blog que na realidade esta entrevista nunca existiu, porque “Fidel está morto há várias semanas ou até há mais tempo. A dimensão da desqualificação da entrevista chegou a este ponto”, comentou.
Para Ramonet “o jornalista é alguém que vai contra a corrente”
Uma Das Personalidades Mais Censuradas É Fidel
“Em França e em Espanha, uma das personalidades mais censurada é Fidel, pela censura do consenso, porque quando todos dizem que aquilo é uma ditadura atroz e que Fidel Castro é um ditador cruel, isto cria uma tal unanimidade que mesmo os jornalistas que pretendem ser pessoas críticas, não ousam divergir da ideia dominante”.
“E é normal”, acrescenta. “Eu que tentei fazê-lo, vejo o que se tem de aguentar. Tinha uma crónica de opinião num jornal espanhol e, quando saiu um extracto do livro no El Pais, suspenderam-ma…Em nome da liberdade, suprime-se a liberdade de expressão, a liberdade de opinião! Isto é o consenso, a censura do consenso”.
O editor e jornalista francês sublinha: “Considero que o nosso dever é tentar dar a palavra aos que a não têm. Em Espanha, em França ou na Europa, a personalidade internacional a quem é dada menos voz é Fidel Castro e o meu dever de jornalista, a minha honestidade de jornalista consiste em proporcionar-lha.”
Qual é o tema central deste volume, destas longas conversas tidas com o presidente cubano? “A ideia é explicar o mistério de uma criança nascida numa vila afastada de tudo, numa família de agricultores de origem extremamente modesta----sem grande cultura, diríamos nós hoje----como é que esta criança educada em escolas católicas, reaccionárias, de jesuítas que vinham da guerra de Espanha…como se transformou num líder revolucionário? Donde lhe veio, donde lhe surgiu esta criatividade?”
“É a ideia que atravessa o livro…”
“Eu Tinha Medo…”
Num tom humorístico, Ramonet conta como a sua proximidade com o presidente de Cuba durante “4 vezes 24 horas” o levou a viajar até ao Equador “no seu velho avião”.
“Eu tinha medo…não voaria naquele avião como ele…é um homem corajoso.”.
Ramonet descreve Fidel, nas suas actividades quotidianas que observou, como “uma pessoa que tem sempre um tacto extraordinário com os que o rodeiam, muito respeitador, muito cuidadoso, não querendo incomodar.””É um homem muito generoso. Dirão que é normal, mas conheço políticos que em público são muito atenciosos mas que, de facto, são uns ditadores com a sua entourage” notou ele.
E precisa:”Vive numa situação de frugalidade extrema. No ambiente que o rodeia não há nenhum luxo. Vive como um monge soldado. Perguntei-lheQuanto ganhava e ele esclarece isso neste livro. Disse-lhe, que não viveria com o seu salário, evidentemente. E alegro-me de ganhar um pouco mais que ele”.
O livro de Ramonet saírá brevemente na Argentina, México, Venezuela, Brasil, Portugal, Alemanha, Polónia, Grécia, Rússia, Coreia, Japão e também em Itália {Mandadori}, na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos {Penguin Books}. Em França será publicado no fim do ano pela Fayard. Em Espanha, 20.000 exemplares de capa dura vendem-se acompanhados de um DVD/documentário apresentando várias horas das entrevistas entre o jornalista e o presidente cubano.
1 Comments:
como decir chomki:"Pese a lo que podamos ver mal de el,,casatro es un heroes en latinoamerica..resistiendo tanto tiempo el chantaje de estados unidos"y verdaramente asi es un heroe.
saludos desde el capitalista pais chile.
6:45 da manhã
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