Hasta la Vitória, Siempre!

domingo, outubro 30, 2005

Anticomunismo febril e o estrebuchar do "Mensalão" brasileiro


A revista Veja, sabidamente industriada pela CIA e pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, tem o hábito de usar o número sete nas suas "reportagens". Eles são os "sete perigos de dar uma banana para a Área de Livre Comércio das Américas (Alca)", as sete razões para votar "Não" no referendo sobre a proibição do comércio de armas e munição ou as "sete soluções testadas e aprovadas contra o crime". Diz o povo que sete é conta de mentiroso — o que combina bem com a Veja. A última insinuação grotesca pela revista está na capa da edição desta semana, paginada em tom de deboche, segundo a qual a campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva recebeu US$ 3 milhões de dólares vindos de Cuba

Michael Moore filma o exilio cubano de Miami


http://www.insurgente.org/modules.php?name=News&file=article&sid=2579

domingo, outubro 23, 2005

os furacões não tratam todos da mesma maneira

É nas coisas extremamente simples que se revêem as coisas de grande complexidade. Hoje numa reportagem sobre a passagem do furacão "Wilma" sobre a zona de Pinar del Rio na zona ocidental de Cuba, um campesino falando à reportagem respondia que "não há que ter medo, sómente temos de lutar contra a adversidade- a Natureza é assim, é dura. Temos de a domar"
Fiquei banzado!, alguem tão humilde, e nem sequer se ouviu dele a menor lamúria invectivando o Governo ou os poderes instituidos. Se calhar sabem que o Poder são eles. E que se revêem nos seus representantes. Que são os primeiros a encabeçar as suas lutas.


* El País, o Katrina e Cuba

quarta-feira, outubro 19, 2005

Os Médicos Cubanos e a ajuda às vítimas do Katrina


Luciana Bohne uma americana em entrevista ao “Online Journal” em 5/Setembro:
“Passou-se da ofensa para o insulto!; a Administração Bush mentiu por omissão acerca da oferta da ajuda médica feita por Cuba:
O povo de New Orleáns viu-lhe negada assistência médica por 1100 médicos bem treinados e experimentados, provenientes de Cuba, que chegariam nos seus próprios helicópteros, não requerendo espaço de terreno para montar qualquer acampamento, com fornecimentos completos de medicamentos, todos eles veteranos no tratamento de pacientes em situações traumáticas e de stress – em selvas e pântanos , em devastações causadas por furacões ou em sítios atormentados por guerras, em condições ambientais de pobreza chocante – tão depressa como em 30 de Agosto, no dia em que o nosso Presidente planeou ir tocar guitarra, e o nosso Secretário de Defesa planeou ir ao teatro e comprar uns sapatos novos em New York!”

Poder-se-ia dizer que se trata da opinião de uma vítima revoltada,
mas as opiniões de jornalistas e outras testemunhas em depoimentos no local logo após o Katrina confirmam:
"As Forças oficiais de socorro foram insensíveis, ineptas e racistas!
vidé o artigo de Larry Bradshaw e Lorrie Beth Slonsky, Aqui.


Discurso de Fidel Castro aos médicos cubanos oferecidos aos Estados Unidos, em:
www.psuc.org/

segunda-feira, outubro 10, 2005

Sacrificio e Morte de Che Guevara

A 8 de Outubro de 1967, o Sargento Teran assassinou Che Guevara. Historiadores rapidamente apontaram Ciro Roberto Bustos, um dos homens da confiança de Che, como sendo o seu traidor. Durante 30 anos, este homem tem vivido em silêncio. Pela primeira vez, Ciro Bustos, um argentino que por via da sua participação no crime ainda hoje está exilado na Suécia na cidade de Malmoe, falou das circunstâncias que envolveram a morte de Che no documentário de 2001 “Sacrifício: Quem traiu Che Guevara?” com direcção de Erik Gandini e Tarik Saleh, exibido o ano passado no DocLisboa.

As certezas da CIA e das autoridades bolivianas, da presença de Che, aumentaram ainda mais quando capturaram , em Muyupampa, um vilarejo no sul do país, no dia 20 de abril de 1967, o intelectual francês Regis Debray, um agente de ligação de Fidel com Che, e um seu companheiro, o argentino Ciro Bustos. Tornou-se evidente que a presença dos dois estrangeiros na Bolívia se devia a existência de um plano mais vasto de operações de guerrilhas para subverter o governo de La Paz.. Debray, depois de torturado, confessou que "Ramón" era mesmo o Che. O presidente da Bolivia apressou-se a chamar especialistas militares americanos na guerra contra-guerrilha e a oferecer 4200 dólares de prémio a quem denunciasse Che Guevara. Não tardou muito,,,com a ajuda de um desertor,Ciro Bustos desenhou croquis de todos os acampamentos.
Gregório Santillan Merubia veterano do exército boliviano, conta como foram os últimos dias do líder revolucionário nas mãos dos inimigos:
"a Central de Inteligência Americana (CIA) e as autoridades locais confirmaram a sua presença no país em Abril, ao capturarem o intelectual francês Regis Debray e o argentino Ciro Bustos em Muyupampa, um vilarejo no sul. Torturado, Debray confessou a verdadeira identidade do guerrilheiro Ramón (adivinhe quem). No acampamento de Gregório, porém, não se tocou no assunto. "A gente queria agarrar o Pombo (Harry Viegas Tamayo, do grupo de Guevara), um cubano moreno, alto e que havia matado alguns soldados", garante.
Encontrei Gary Prado, o Wily (Simón Cuba Sarabia, boliviano do grupo de Guevara) e o Che, sem sapatos, com três pares de meias e as mãos amarradas", lembra Gregório. À noite, em La Higuera, ele foi ver os prisioneiros na escola do vilarejo. "Che" tinha uma ferida na coxa esquerda e queria mijar." Descobri uma panela de barro, desamarrei-lhe as mãos e os pés, e ele se aliviou. Também pediu para fumar o seu cachimbo."
Na manhã do dia 9 de outubro, um helicóptero com oficiais pousou em La Higuera. Tomaram o diário de Guevara - publicado no Brasil em 1997 pela editora Record - e deram um prato de sopa de amendoim para ele almoçar. Então, fuzilaram Wily e um outro combatente, Chino (o peruano Juan Pablo Chang Navarro). Às 13 horas, o sargento Mario Terán desferiu dois tiros de M2 em Guevara.
Minutos após, Reginaldo Ustariz Arze entrevistado por jornalistas, disse-lhes: "Confirmo e reitero, o Che foi assassinado!, não morreu em combate”.Tinha 39 anos!

A fotografia correu mundo - o Che morto assumia a imagem de um novo Cristo sacrificado. Nascia o mito.

Em plena década de 70, juntas militares subiram ao poder em vários países da América Latina, organizando um dos planos mais sangrentos da história do continente. Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Brasil oficializaram em 1975 a "Operação Condor", tendo em vista lutar contra o comunismo mundial e reprimir os seus opositores. No total, mais de 35 mil pessoas foram mortas ou desapareceram durante este período. Ainda hoje é prática comum as ditaduras latino-americanas promoverem o desaparecimento silencioso dos seus opositores.